domingo, 12 de dezembro de 2010

Deus só

Às vezes, a nossa vida muda tão rápido e tanto de bom acontece que a gente acaba sentindo algo que nunca sentiu antes. Mudam os nossos sonhos e a nossa maneira de enxergar o mundo. Algumas pessoas se distanciam, mas outras ficam tão próximas que chegam a fazer falta quando não estão por perto. Certos sorrisos começam a nos deixar felizes, e alguns abraços passam a valer mais que mil palavras. A certeza de nunca estar sozinho se torna inerente ao nosso dia-a-dia, e todo dia é uma nova chance de ser luz. A gente descobre um poder maior e se reúne nele por algo ainda mais profundo. A gente consegue até mudar o mundo. Então aprendemos que cada um tem consciência do próprio pecado e sabe o perdão que merece. Que nenhuma cruz pesa mais que outra, e maior ou menor é aquele que a carrega – não porque assim foi feito, mas porque assim se faz. Aprendemos que toda dor é suportável, pois n’Ele somos fortes e só Ele nos satisfaz. E o que nos faz seguir em frente é a certeza de que todos, juntos, somos um só; somos Deus só.

H.T.'s

quinta-feira, 3 de junho de 2010

A Volta - Parte 1

Vamos lá, vou tentar reativar essa porcaria. Não esperem muita coisa, mas prometo me empenhar, de verdade.
Isso, novamente (quem lembra?) foi um depoimento pra uma amiga, mas depois vi que servia para todas elas, e sendo igualmente de coração para cada uma.

:

Às minhas amigas,

Entao o que fazes da vida, mulher? E que mais é a vida, senão fases de fé ou não?
Fé no amor, imune amor, ao tempo, à saudade, à dor; que nada mais faz de nós além da certeza ambulante da existência de quem se ama. Uma certeza que se torna nossa base, nossa coragem; brilha e trilha ao infinito seu caminho, faz-se força por si só. Seguir em frente, então, é apenas consequência. A busca por um fim perfeito pode até tornar-se maior, nos fazendo parecer escravos da desilusão mundana, mas pobre de quem sonha com um paraíso irreal. Afinal, que mais é o paraíso, senão, em vida, ter amigos de fé guardados no coração?

E sendo singelo, simples, sincero: amo vocês.


Grato pela atenção. Com o tempo, vou melhorando. Eu espero.

H.T.

domingo, 28 de junho de 2009

Analogia


Nasce puro, é fruto de amor. Descobre cedo a dor e aprende a superar.
Ganha essência, cor, paixão. Traduz a voz do coração. Diz ao sonho:

viva e vá.

Fita e brilha; ilumina e trilha seu caminho e só.
A força altiva revela toda uma vida, do júbilo ao fel,

do pó ao pó.

Enfraquece, o tempo; padece ao vento. E suja e dói e cura, então.
Até o dia em que o destino à morte conta: deixa de mirar o horizonte, agora é
céu ou chão.

Dança no piscar e chora, cansa de pôr lagrima fora. Vê-se rubro, enfim.
Dá-se ao último mergulho na lembrança, sente o limiar da esperança. Fecha,
põe-se e fim.

nhá!

Hugo Trapp's

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Não era só mais uma de amor


E como se não houvesse mais nada de interessante, eles estavam lá, dois opostos tão distantes, separados apenas pela mesa, bem posta, quase intocável, de um restaurante; aquele mesmo, do primeiro encontro, no dia em que um olhar só fora o bastante. A música ao fundo fazia de tudo, menos acalmá-los. As pernas tremiam num ritmo indeterminado e, quando se tocavam, dois sorrisos sem jeito surgiam de repente, como se aquele indício, quase que imperceptível, de relação fosse o mais proibido dos pecados. As mãos, molhadas por um suor gelado, faziam questão de dançar nesse balé desregrado, ditado pelo piscar incessante e nervoso dos olhos, ora acometidos por uma falsa despretensão, ora pela inevitável esperança. Das bocas, saíam algumas poucas palavras tortas que, em meio à falta de sentido, serviam apenas para que o grito não despertasse na hora errada. Era fato: cada um queria esconder todos os seus defeitos, fosse qual fosse o sacrifício, mas não passou do início, nem demorou sequer três sorrisos para que ficassem à vontade. Foi então que começaram a transparecer as diferenças, as crenças, os ideais. De um lado, um passado escondido, talvez por sofrimento; do outro, um jorro de lembranças e momentos, dos quais um não queria lembrar, e o outro, ouvir falar. Ideias mais que divergentes, pensamentos inerentes ao estilo de cada um. Discussões que pareciam infindáveis, interrompidas por um semblante fechado, um rosto virado para o lado, um tom de voz alterado e um silêncio inquietante, nem um pouco satisfatório. E entre essas idas e vindas, um sentimento de cumplicidade afetava, igualmente, as duas metades, mesmo sem ninguém saber por que. Para os dois, naquele momento, parecia loucura pensar em amor. Ela pensava: com ele, não; ele imaginava: com ela, nunca. Pobres relutantes, mal sabiam que já era tarde demais. E, apesar de tudo, não tardou para que se entendessem e que a história, de fato, começasse. Foi rápido demais pra que qualquer um compreendesse; foi forte demais pra que o mundo esquecesse. Até havia quem achasse ser apenas mais uma de amor, mas era muito mais. Eram, indiscutivelmente, dois mundos. Mas também era, claramente, o melhor de cada um.


H.T.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Pseudo-eloquência


"Ora, ora, meu caro, diga se não é para revoltar-me: certa feita, enquanto caminhava, distraído, por uma dessas ruelas movimentadas do centro, um covarde transeunte, recluso em seu anonimato, esbravejou: “- Mas olhem sós, se não é o mais novo poeta do século, aquele que acha que pode falar de tudo e de todos!?!? Cuidado com essa língua solta!! –“ Rapidamente, todos me fitaram e riram da minha expressão assustada; ao final das contas, fui pego de surpresa. Mas não pense que me incomodei com aquela crítica, ou mesmo com a chacota. O que me deixa descontente é constatar que aqueles que não me conhecem bem julgam-me como mais um daqueles poetas desvairados, loucos para mudar um mundo sem jeito. E pensam que sou como os românticos, que frente a qualquer crítica mal feita, trancavam-se em seu claustro sombrio e se vingavam mergulhando em versos melancólicos. Não que o romantismo não me agrade, até me apraz muito, mas havemos de convir que seus representantes eram de uma fragilidade exacerbada, apesar de motivos pessoais e históricos. Minha vingança é muito mais sutil, eles que aguardem as minhas palavras. Enfim, esta não é a hora apropriada para falar sobre literatura, ou então passaríamos dias e noites em claro debatendo sobre a minha maior paixão. E, como bem sabes, sou um mero poeta apenas nas horas vagas e tenho os meus afazeres."

Eu ainda não sei por que pus esse pequeno texto. Encontrei ele agora há pouco, procurando alguns arquivos no meu computador e resolvi postá-lo. Era um principio de estória, mas resume bem algumas coisas; outras não passam de mera ficção, talvez bem relatada.

Sinceramente? Eu realmente achei que não fosse mais voltar aqui, ou talvez demorasse um longo tempo para fazê-lo. Mas o problema é que eu não resisto, é mais forte que eu; por mais que eu diga que não vou voltar, sempre acabo dando asa pra essa imaginação que não me deixa em paz: ela chega, entra sem pedir e teima em não ir embora. Por isso, eis-me, e, mesmo não agradando a todos (lê-se: a alguns poucos), um esboço de reação é inerente ao meu retorno, nem um pouco triunfante.

Confesso que essa semana me desanimei em relação aos meus escritos. Andei vasculhando alguns blogs alheios, a fim de aprender um pouco mais sobre esse ramo literário, e cheguei à conclusão que ainda não sei escrever nada. Melhor que isso foi conseguir enxergar a iminente necessidade de tomar vergonha na cara e me dedicar um pouco mais a uma das poucas utilidades que me aprazem.

Porém, apesar dessa injeção de coragem, o principal ainda não me veio - ou talvez já esteja aqui, eu é que não percebi. As ideias. Sim, eu tenho muitas, mas nada compatível com o que eu quero, e com o que você talvez queira, se não estiver entrando aqui apenas para me fazer um favor. Eu sei que prometi, na postagem passada, assuntos interessantes e coisas novas. Receio ter falhado. Mas tentem me entender: não foi, de todo, culpa minha. O ano corrente não é dos melhores para se dedicar a outra coisa senão o vestibular, principalmente se for uma segunda tentativa. E eu tenho passado mais tempo, durante a semana, no cursinho do que em casa. Claro que isso não é desculpa, já que os fins de semana existem, também, para esse tipo de coisa; mas havemos de convir que é muito pra uma pessoa só.

E pra piorar tudo, eu só me vejo dividido entre pensamentos didáticos e amorosos. Isso quando ambos não se confundem, já que ela - a, por mim, mais adjetivada de todas - tem frequentado o mesmo ambiente estudantil que eu. Bem, isso não vem ao caso. Isso aqui não é um diário, muito menos uma sessão de terapia amorosa.

Por fim, se você chegou até aqui, já é um grande progresso, e, se não foi por aquele motivo citado anteriormente, eu fico demasiado grato. Gostaria de pedir, encarecidamente, que se comova com a minha história e me ajude nessa tarefa, ou seja, se estiver interessado, podemos revitalizar isso que eu chamo de meu blog e torná-lo algo, de fato, útil. E, ah, qualquer ideia será bem-vinda.

Grato desde já.

Hugo Trapp’s

(P.S.: Por favor, relevem qualquer defeito da letra, a minha paciência esgotou depois da 45ª tentativa de mudança.)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Mudança

É o seguinte, eu resolvi mudar um pouco o estilo dessa porcaria desse blog. Chega de ficar entrando umas vez por mês e pondo textos bonitinhos, que todo mundo gosta, mas que não leva ninguém a canto nenhum; talvez essa mudança não reflita em nada e continue não ajudando ninguém em coisa nenhuma, mas mesmo assim eu vou tentar.

Além disso, é uma boa distração pra esse fim de férias monótono. Sim, eu fui ao paraíso de verão desse ano, também conhecido por Tamandaré, mas ainda não decidi se foi bom ou não. Aconteceu tanta coisa, que eu preciso pôr numa balança pra concluir se foram as boas ou as ruins que prevaleceram. Por conseguinte, prefiro não dizer se valeu a pena ou não. Ah, acho que a melhor coisa de lá foi ter aprendido a escrever no T9, me senti o cara, há. Enfim, até vai haver mais um show hoje, mas eu não vou gastar 35 reais só pra ver Chiclete. Ou Arreio de Ouro canta alguma coisa além de "Tchê, Tchê, Tchê"? E Nação Forrozeira, alguem já ouviu falar? Bora-Bora eu nem comento. É, tô fora.

Ah, chega, isso aqui não é um diário, ora.

E pra essa postagem não ficar, de total, em vão, eu vou tentar pôr algo de útil(ou não) aqui:

É bom escrever coisas e ver que as pessoas gostam, mesmo sabendo que elas podem não sentir aquilo o que você sente e escreveu. Reconhecimento realiza. É bom perceber que a parte igual de todos nós, eu consigo compreender e externar. Transcrever sentimentos que, às vezes, não são só meus. Tocar com palavras, nem que seja só um coração, já me deixa satisfeito. Feliz. Entender aquilo que as pessoas não entendem, simplesmente por não o querer. Instigar à felicidade. Não encare isso como besteira. Pareço estar viajando, mas é a pura verdade. É sentimento, e isso não muda. Isso é minha obrigação. E tenho convicção em dizer que não é de hoje. Sou sempre assim. Mas nem sempre convêm me permitir. Note-me e note. Sem vanglórias, minha vida é reflexão. Parece loucura, eu sei. E, antes de dormir, eu faço como Marcelo Camelo e me pergunto: quem é mais sentimental que eu?


Confesso que estou sentindo dificuldade em escrever isso, não pela forma, mas pelo que escrever. Perdoem-me por essa "primeira" postagem, um tanto quanto banal; eu prometo que, até a próxima, eu vou pensar em algo interessante pra postar, ou então vou acabar desistindo e não postando mais nada. Eu só fiz isso porque preciso urgentemente mudar, nem que seja apenas o meu blog.


nhá!

Hugo Trapp's

sábado, 3 de janeiro de 2009

A velha estória.

Eu te chamo num canto, quero dizer que te amo, mas só peço, nervoso, pra conversar.

Você me manda ter calma, diz que tudo isso passa e que não vale a pena chorar. Mas como eu posso suportar se sequer consigo falar? Está tudo aqui, resguardado, protegido; escondido por trás de um sorriso que engana até a mim mesmo. O meu sentimentalismo, a tua falta e o meu choro. A força - ou a falta dela - e um "muito" caso, que às vezes eu faço. Um tudo pequeno e complicado por mim mesmo. O meu falar demais, sentir demais. Salvo raras exceções, poucas coisas fazem sentido e eu sigo o meu dia-a-dia por pura obrigação. Parece-me que sou incapaz de dizer não. Vou aceitando tudo passivamente e me tornando figurante do meu filme sem roteiro. Tudo conspira para um inferno dantesco, e aquele paraíso eu não sei pra onde foi.

Ah, você acha que isso é drama? Espera só pra ver o drama que eu faço quando falo de nós dois. Esqueço do mundo e me desfaço, não disfarço, tudo fica pra depois. Só vale lembrar que, se o mérito é seu, a culpa não fica atrás. Um dia você esquece dele e me nota, e então prova a falta que um grande amor te faz. E tudo isso é o que eu sinto, até confesso que falei demais; quem sabe além da minha própria consciência. Mas me perdoe, porque na minha estória de amor é assim: você deveria ser o ponto final, mas sempre vira reticência.

Eu quero te dizer tanta coisa, dizer que eu te amo muito, e que não é como das outras vezes. Não é mais aquela paixão, de desejo e carne. É mais forte e ao mesmo tempo mais suave. Você é a parte que eu mais gosto da minha rotina. O perfume perfeito e a voz de menina. O grito que você dá quando me abraça; a cara que você faz das minhas piadas sem graça. Esse teu jeito, que manda e desmanda no meu coração.

Fora isso, tanta coisa, mas eu tenho que terminar.

Então me escuta, minha preta: o brilho do teu olhar vai ser sempre a certeza de que as minhas juras de amor nunca foram em vão. Um dia, tudo isso deve passar, e a nossa amizade vai continuar, pra sempre. Tuas palavras vão sempre me confortar e teu sorriso me fazer feliz. E eu vou aonde você for, nem que seja em meio à dor, só pra te ver sorrir pra mim.
Acredite, por voce eu vou até o fim.

Hugo Trapp's