quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Só pra não ficar parado, abandonado.



E se você diz que vai embora, eu digo vai não, meu bem, vai não. É que eu sou escravo da tua sombra e ela me leva a lugares que eu não quero ir. Vai não, meu bem, que o meu sorriso também é forte e não te deixa partir. E se você olha pra trás de relance, por um instante, vê um vestígio de saudade, é verdade: sabe e não nega que é a dona desse coração. Então volta e encosta a cabeça no meu ombro, e com aquele riso frouxo faz-me lembrar que o nosso amor é muito mais que mera distração. É aquela velha cumplicidade, que acalma e conforta, mostrando que nenhum problema importa quando há alguem do nosso lado. É que pra gente não existe cansaço e todo dia é carnaval. Ah, meu bem, vem e esquece tudo aquilo que faz mal.

(...)

nhá!


Hugo Trapp's

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Crítica?

Não havia gostado muito da última não, por isso resolvi postar logo outra .

Entenda como quiser; ou, se preferir, não entenda.

Três peixes estão voando e dançando soltos pelo ar. Há um tigre nadando e caçando uma ararinha, azul de tanto cantar. Uma onça recém-pintada repousa sob a brisa calma, até a tinta secar. Duas girafas imponentes gritam num agudo estridente: lá vem o bicho-papão. A onça se esconde na toca, o tigre, coitado, se afoga, e ninguém sabe onde está o leão. O invasor desgraçado tira da árvore um braço e, a cada passo, pisa em três ou quatro pirilampos. Ao longe, ele ouve o choro de um potro, aos prantos. Ouve também um lobo, uivando como louco e dizendo que, pouco a pouco, a aurora se foi. A tarde, vazia, se perdeu na tristeza; a noite, sozinha, chegou com destreza; o sol ficou pra depois. O que antes era uma floresta tão bela, hoje é uma selva de pedras, do paraíso à perdição. O monstro então vira homem, todos os bichos se escondem, e ninguém sabe onde está o leão.

Eu viajei. Fato.
Mas, acredite, faz sentido.

Hugo Trapp's

domingo, 9 de novembro de 2008

Início, falhas e esperança.

Agradeço, de antemão, ao meu não tão querido professor de biologia, Fabio de Freitas, que me proporcionou 50 longos minutos de inspiração durante a sua aula.

Ah, sim, isso é mera imaginação:

As minhas mentiras têm pernas compridas e dançam, seguindo à risca, a valsa da ilusão. O choro faz poemas bobos e escreve os contos do meu coração. Mas meu sorriso se indispõe com o grito e teima em virar riso pra eu não ter que chorar. Eu consigo tudo o que quero nessa fuga farsista, só que metade de mim é falso-moralista e não sabe se controlar. Pedi demais ao mundo e ele jurou de pés juntos que já deu tudo o que tinha. Então vou ter que apelar à maldita hipocrisia? Ou será que devo dizer que prefiro uma sombra de prazer a um corpo de cansaço? Meu presente insiste em morrer de saudade do passado.

Saudade.


Pronto, resolvi me revoltar e criar algo mais profundo. Vou montar meu próprio mundo, e dane-se toda e qualquer razão. Amores não-correspondidos, lá, serão proibidos e, por lei, ninguém vai sofrer. A chuva só vai cair quando eu quiser assim, e vai ser pro meu jardim não parar de florescer. Vai ser tudo do meu jeito, vai ser tudo tão perfeito...mas nada será real.

Nada.

Por isso me aflige o medo de ser o primeiro a entrar no mundo que eu fiz. Quem me dera ser o herdeiro do sonho que sonharam para mim. Era tudo tão tranqüilo: todo pai vê em seu filho o futuro da nação. Mas há aqueles que se perdem e mergulham em poemas inertes, se tornam poetas da desilusão. A minha vida, uma orquestra mal regida, erra até a nota em si. O maestro se senta à beira do palco e vê uma platéia sem respaldo: os outros não param de rir.

De mim.

Porém cada um tem consciência do seu próprio pecado e sabe o perdão que merece. Ai de quem se compadece, eu não vou deixar barato. Aquele sol há de voltar, e a esperança vai de mãos dadas comigo. Encho a boca pra falar que não estou mais nem aí pro perigo. Pouco me importa se a tristeza bate à porta, agora eu não abro mais. Cansei da melancolia e parei com a velha mania de todo dia olhar pra trás. Enjoei dessa viagem sem destino; a minha alma de menino ainda tem muito que fazer. Quem sabe não seja escrever algo um pouco mais sensato. Não sou poeta de direito, mas talvez o seja de fato.

Não importa, no fim tudo se resume a mera e pobre poesia: escrevi tudo o que queria e só me resta descansar. Pois os versos batem à porta da boca, mas a dor se faz de louca pra não ter que cantar.


P.S.: O co-proprietário dessa espelunca afirmou que prefere ficar no anonimato até após o vestibular, quando, enfim, dará o ar de sua graça. Assim EU espero.

Hugo Trapp's

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Eu quero.

Certa feita, em mais um desses lapsos de sentimentalismos (esse, benéfico), resolvi fazer um depoimento pra uma amiga, repetindo aqueles velhos clichês característicos de uma grande amizade; porém, queria fazê-lo de uma forma diferente. É...acho que consegui.

Na primeira hora do dia, quero ouvir um bom dia, não quero choro, quero alegria. Quero apenas um: "Amigo, estou aqui pro que der e vier", quero gostar de viver. Quero olhos brilhantes me fitando. Quero braços quentinhos, em laço me abraçando. Quero um conselho e um beijo na testa. Quero planos para o fim de semana. Quero segredos compartilhados. Quero perguntas discretas e indiscretas. Quero respostas sinceras. Quero choros consolados. Quero cantar em duetos desafinados. Quero brincar de palhaço. Quero me fantasiar e fantasiar. Quero fazer caretas e dar piruetas. Quero fazer com amigos coisas que não faria com ninguém. Quero mudar e me moldar. Quero contos e poesias. Quero histórias de magia. Quero ter medo de ser igual. Quero ser diferente. Quero não ser normal. Quero mergulhar em lembranças. Quero sentir como é bom ser criança. Quero olhar pra trás e sentir saudade. Quero olhar para o lado e ver um sorriso. Quero olhar para o lado e ver um amigo, sempre comigo. Quero viver sempre assim, com vocês.

P.S.: Exceções à parte, isso é pra vocês.

Hugo Trapp's

domingo, 19 de outubro de 2008

Boas-Vindas

Seja bem vindo(a) ao nosso mundo. Ao adentrar, peço que se livre de qualquer senso crítico exacerbado e permaneça sempre fora do limite da sensatez.


"Viver por viver, em si, já consiste em um dilema. Quem olha não vê, porém, de longe, acena para um futuro desconhecido. Ao longe, no horizonte, surge, infante, uma figura ensandecida. Vem, e como vem. A passos largos se aproxima. Se multiplica e fascina. Domina. Está, então, por toda parte. Faz-se parte. Metade e todo. De repente num salto está no alto. E some. Me consome. Ressurge e me ilumina. Ofusca. E então me revolto; cansei. Luto e reluto. Em vão. Estou no chão. Eu sei, não posso com ela. Me rendo. É o destino. E por medo da morte e dos caprichos de um futuro incerto, faz-se preferir deixá-lo assim: subentendido."

A gente discutiu sobre o nome do blog, sobre o título do blog, sobre quem ia postar primeiro e o que ia postar...Enfim, chegamos a isso que você está vendo. Com o tempo, a gente faz melhor.

Hugo Trapp's